Passar horas parado em pé ou sentado faz parte da rotina de muitos trabalhadores. Esse fator aumenta o risco de doenças como a trombose, que tem no seu Dia Nacional de Combate à Prevenção em 16 de setembro. Em 2016, 10.732 profissionais solicitaram auxílio-doença de origem previdenciária e acidentária, conforme os dados mais recentes da Previdência Social.
De acordo com a coordenadora-geral de Fiscalização e Projetos do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador (DSST), Viviane Forte, nas fiscalizações realizadas pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho, as irregularidades mais comuns identificadas nas empresas são falta de assento e de espaço adequados para que o profissional exerça sua atividade sem comprometer a saúde em longo prazo.
Entre as atividades que mais exigem atenção estão as de caixa de supermercado, lojas, farmácias, bancos e outros estabelecimentos comerciais, motoristas de ônibus e caminhão, vigilantes e fabricantes de vestuário.
"Existe uma cultura prejudicial de que o trabalhador é mais produtivo se ficar em pé. A Norma Regulamentadora nº 17 determina alternância de posições, seja lá qual for a atividade. Um exemplo é o caixa de supermercado, que, se não alternar entre ficar em pé e passar um tempo sentado, poderá ter problemas como a trombose ", observa Viviane Forte.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirma que o Ministério atua durante fiscalização também para criar a consciência de que o problema é sério e não pode ser negligenciado. "É fundamental que funcionários e o empregadores tenham consciência de que medidas simples podem evitar riscos para saúde, e é ruim para todo mundo que isso ocorra. O trabalhador adoece, o empregador fica sem o funcionário, e, se a licença médica for superior a 15 dias, o governo vai ter de garantir o auxílio-doença", adverte o ministro.
O assistente técnico do DSST, auditor-fiscal Jeferson Seidler, aponta uma medida simples que pode ser adotada pelo trabalhador: movimentar-se durante a jornada, mexer os membros inferiores. "Trombose, de maneira simplificada, é o entupimento parcial ou total de veias por sangue coagulado. As consequências são inflamação das veias, com dor e inchaço da região, geralmente as pernas, na área abaixo do joelho. O pior, no entanto, é o risco de uma parte desse sangue coagulado se desprender e ‘viajar’ pelo organismo, entupindo vasos sanguíneos no cérebro, pulmão e coração, causando, respectivamente, AVC (Acidente Vascular Cerebral), embolia (tromboembolismo) pulmonar e infarto agudo do miocárdio (enfarte cardíaco), situações gravíssimas e muitas vezes fatais", alerta Seidler. Ele faz um alerta: "Se já tiver varizes ou se houver casos de trombose na família, é importante que a pessoa procure um médico angiologista para avaliar a necessidade de medidas adicionais de proteção, como uso de meias compressivas e medicamentos".
Fonte: Ministério do Trabalho/Assessoria de Imprensa
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